Professor Sérgio afónico substituído por recursos digitais.

   A oitava sessão de IPPII, referente ao dia 22/11/22, começou com uma condicionante, o Professor Sérgio estava quase afónico. Dito isto, para não piorar o seu estado centrámos a aula nos contributos dos alunos ao invés dos conhecimentos do Professor. Para tal, alguns dos meus colegas ofereceram-se para apresentar o recurso digital que tinha sido solicitado para esta aula, mas quer apenas seria apresentado na sessão seguinte. Decidi não me oferecer uma vez que não estava preparado para tal, possuía apenas a ideia daquilo que gostaria de apresentar, mas não o recurso em si.

    Dois alunos decidiram apresentar nesta sessão. O primeiro apresentou um recurso que aplicou no próprio dia da apresentação. Aplicou um quiz na plataforma "quizizz". Primeiramente explicou como se produz um quiz no respetivo site, formatos de questões, diferenças em relação a outros sites com a mesma finalidade, entre outros. Seguidamente pediu que realizássemos o seu quiz sobre a PAC (Política Agrícola Comum) e Turismo Rural, referente ao 11.º ano de escolaridade. O segundo colega a apresentar, fê-lo sobre a plataforma Kahoot (plataforma sobre a qual pensei fazer a minha apresentação). O kahoot foi preparado para alunos do 3.º ciclo sobre a estrutura etária e as pirâmides etárias. Começou por explicar como funciona a plataforma, nos mesmos moldes que o colega anterior. No final também realizamos o kahoot que preparou.

    No fim das apresentações o Professor Sérgio reforçou a necessidade de corrigirmos as perguntas com os alunos, no fim de cada questionário deste género. A componente de feedback é indispensável para que a atividade não caia no vazio e os alunos acabem por cometer os mesmos erros quando deparados com questões semelhantes. O professor acrescenta ainda que mostrar o pódio no final dos questionários é um aspeto positivo, porque os alunos gostam dessa competitividade e é uma recompensa para os melhores resultados.

    Recordando o tema da Amazónia debatido na planificação debatida nas últimas sessões de IPPII, tivemos o privilégio de ter presente nesta sessão a Professora Cristina Leite da Universidade de Brasília. A Professora apresentou-se e falou um pouco do seu percurso académico, profissional e  experiência enquanto Professora de Geografia. A seguir abordou sobre o qual foi convidada a falar, a Amazónia. Segundo a Professora o desastre ambiental na Amazónia começou na década de 70. Isto deveu-se a uma tentativa de aplicar o mesmo padrão de desenvolvimento que existia no sul do país, mas este não é possível aplicar numa região com características de floresta equatorial. No sul predominam as produções superintensivas. As monoculturas superintensivas de soja são já um problema conhecido. A produção de soja, quando o solo deixa de ser produtivo, é intercalada com o arroz e gado, quando o solo está no seu estado ótimo. Para tal, é necessário abrir espaço através do desflorestamento da Amazónia. A professora admite ter esperança que esta tendência se possa inverter com a eleição do novo presidente do Brasil, Lula da Silva. Este cenário parece-me improvável já que os donos da Amazónia não são membros do estado, mas sim os donos de grandes multinacionais privadas, que exploram a mesma.

    O Brasil é um país onde as desigualdades são por demais evidentes e esse fator reflete-se também na instabilidade política. A população está dividida em metade e o ambiente de discussão não é saudável. Esse é o ambiente que não permite a mudança, uma vez que na política só a estabilidade permite a mudança. Se o partido político no poder muda a cada quatro anos, todas as mudanças engendradas por estes perdem a sua força a partir das novas eleições. O poder político é o principal inimigo das questões ambientais, uma vez que há partidos que a valorizam mais do que outros, e os que valorizam não estão no poder por um período que lhes permita fazer a diferença. Qual a solução? A preservação do ambiente, principalmente, de uma região como a Amazónia não deveria ser propriedade privada ou publica (do estado de um respetivo país) mas sim propriedade da humanidade. A nossa única tarefa é não estragar o que a natureza criou. Enquanto o papel de preservação for de um país, este reclamará sempre o direito de explorar e poluir em nome de um desenvolvimento ao qual outros países tiveram direito apenas porque o fizeram quando este tema ainda não era uma questão.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Taxonomia de Bloom

Experiências Digitais em Sala de Aula

"O ensino de Geografia no Brasil" - Professora Cristina Costa Leite