Normas para o bom funcionamento de uma aula // Planificação de Frances Slater
Esta publicação serve para abordar a sexta sessão da unidade curricular de IPPII que ocorreu no dia 25/10/2022. Minutos antes da aula, no exterior do IGOT, cantámos os parabéns ao Professor Sérgio pelo seu aniversário. Modéstia à parte fui eu que tomei a iniciativa perante o constrangimento dos meus colegas.
Chegados à sala, o Professor alerta-nos para o dia 8 de novembro, já que não haverá aula de IPPII. Desta forma só voltaremos a IPPII na sessão de dia 15 de novembro, pois dia 1 é feriado.
No início da sessão foi abordada questão dos PIF (Plano Individual de Formação), que teremos de submeter no Moodle até dia 28 de outubro. O PIF deve incluir todas a planificação de todas as aulas observadas, lecionadas e outras atividades em que pretendemos participar.
No momento seguinte debatemos a importância da observação. Foi pedido aos alunos presentes que pensassem numa das suas observações de aula, e identificassem quais os aspetos mais importantes. Existem inúmeros aspetos a considerar, mas aqueles que acabámos por destacar foram a dinâmica entre o professor e os alunos e o comportamento dos alunos. Estes dois pontos são de extrema relevância já que são os principais pilares de um bom ambiente na sala de aula. O professor deve procurar tornar a sala de um lugar seguro onde os alunos se sentem confortáveis a participar sendo motivados a fazê-lo, quando tal acontece resta pouco espaço para conversas paralelas ou conflitos uma vez que os alunos já estão envolvidos num debate. Ou seja, exigir aos alunos a participação na aula criando espaços para que tal aconteça é a melhor forma para gerir o comportamento dos alunos, mantendo uma boa relação com os mesmos. O Professor Sérgio aproveitou para dar um exemplo de duas aulas que observou, a minha e a de uma colega, onde conseguiu identificar alguns aspetos que promoveram uma boa relação entre nós (professores) e os alunos.
Fazer uma ressalva, as turmas com as quais fazemos a nossa prática de ensino supervisionado, não podem ser usadas como exemplo para todo o país, estas são turmas nas quais os professores orientadores têm confiança já que é uma grande responsabilidade colocar um professor (inexperiente) à frente de 30 alunos que desconhece.
Para o bom funcionamento de uma aula devemos também preparar os melhores recursos didáticos possíveis. Os alunos preferem aulas mais interativos, jogos e trabalhos de grupo, sendo meio caminho andado para que estes se interessem pela Geografia, aquele que deveria ser o grande desafio de todos os professores. Segundo o Professor Sérgio, os alunos preferem sempre as aulas dos estagiários uma vez que são mais jovens, ou seja, identificam-se connosco. Concordo e acrescento que o facto destes gostarem mais de estagiários deve-se também ao facto de nós nos esforçarmos porque sabemos que somos avaliados constantemente, ou seja, queremos prestar o melhor serviço possível com atividades que lhes são interessantes. A maioria dos professores com 20/30 anos de carreira são uma mera repetição daquilo que fizeram até aqui. Não julgo, até porque todos sabemos a exigência da profissão, provavelmente serei igual.
O Professor referiu ainda a questão do tempo da aula. Acho que é algo relevante uma vez que as minhas primeiras planificações de aula eram bastante exaustivas e detalhadas, acreditando que os alunos seriam rápidos a resolver os exercícios. Hoje percebo que não é bem assim, as planificações devem ser detalhadas, sim, mas com poucas atividades para que se consiga retirar o máximo de cada uma delas. Nunca esquecer que para cada atividade é preciso explicar a mesma, dar tempo para a sua realização por parte dos alunos e ainda corrigir e sintetizar informação.
Deste modo a questão que qualquer professor já colocou ou deveria ter colocado a si próprio é: Como mobilizar os alunos para a aprendizagem? Um dos aspetos fundamentais é a postura do professor na sala de aula, mas também a projeção de voz. Quando me refiro à postura do professor, posso dar a entender que o professor deve ser sério e rígido para ganhar o respeito dos alunos, o que não é a minha intenção, até porque não acredito que esse seja o caminho. A postura que adoto nas minhas aulas é de alguma proximidade com os alunos de um ponto de vista de auxílio nas diversas tarefas, gosto de ser o professor que acompanha o desenrolar das atividades, uma espécie de conselheiro sempre disponível. Assim os alunos não vão ver-me como alguém que vem mandar neles, mas sim alguém para ajudar. Nos momentos de manter a ordem poderei ser mais rígido, mas sempre aludindo ao respeito que estes devem ter por mim e pelos colegas. Respeito esse que acredito que vai existir se não me apresentar como um adversário e sim uma ajuda.
Foquemo-nos agora na planificação de aula que permite delinear momentos dentro da aula. Esta deve ser clara para qualquer pessoa que pretenda lê-la. Ainda assim referir que esta não deve ser estática, tem de pressupor sempre o erro, uma vez que numa aula muita coisa pode falhar, o professor deve estar preparado para reagir. No planeamento de um trabalho de grupo, devemos ter presente que modalidade de trabalho de grupo pretendemos realizar, número de alunos por grupo, a avaliação, entre outros. O tempo é outro fator a considerar, os alunos regra geral não têm consciência de quanto deve durar uma atividade, ou seja, quando esta lhes é apresentada, se nada for dito em contrário, estes consideram que têm até ao final da aula, podendo não ser o caso. Neste aspeto é importante pressionar dando sempre menos tempo do que sabemos que será necessário para os alunos não dispersarem. O tempo para cada atividade poderá ser sempre adaptado consoante o desempenho dos alunos.
E quando os primeiros alunos terminam, o que fazemos? A regra, que entendi rapidamente depois das minhas primeiras aulas lecionadas, deve ser esperar que a maioria termine, mas não perder o controlo da aula a esperar por dois ou três alunos. O controlo da aula deve sobrepor-se, uma vez que todos os colegas conseguiram passar. É importante conhecer a turma, se algum desses alunos tiver necessidades educativas específicas, tal deve ser tido em consideração e encontrar alternativas adequadas às características do aluno.
Por fim, iniciamos a análise do texto "Planificação e Conflito no ensino de Geografia", que aborda a planificação de Frances Slater. O cenário apresentado pela autora refere ao conflito sobre o uso do território referente à Amazónia. A planificação é a seguinte:.
- Introdução – Descrição da vegetação da floresta amazónica através da interpretação de um esquema;
- Gráficos com os climas de Manaus e Londres, para que os alunos possam comprar o caso de estudo com o seu contexto.
- A seguir é apresentada aos alunos uma história sobre uma britânica na floresta amazónica. A sua nacionalidade é propositada para que os alunos se identifiquem com a personagem.
- Os alunos escrevem um artigo de jornal em que se imaginam (desenvolver a competência do pensamento criativo) na floresta amazónica naquelas condições.
- Os alunos leem uma notícia sobre o desmatamento da floresta amazónica como preparação para a visualização de um vídeo sobre o mesmo tema. Após analisados estes dois elementos os alunos devem conseguir responder à seguinte questão: "Como tem sido desbravada a floresta amazónica?".
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